sexta-feira, 22 de junho de 2012

O negociante de almas - Ato dois

Segue a continuação de O Negociante de almas. Para ler a primeira parte, acesse o link.

Ato 2 - O Produto.

Três dias antes do Cavaleiro de Capa Púrpura adentrar as portas da Morte, um grande exército, este formado por homens de vestes vermelhas como fogo, se preparava para invadir o pequeno reino de Gührer.
Enquanto os líderes de guerra preparavam seus arqueiros e espadachins, o rei do território a ser invadido organizava seus melhores homens para a defesa de seu bem mais precioso. Estavam lá três dos melhores soldados, o melhor pugilista, o melhor espadachim e mesmo o Ministro de Guerra. No meio deles, uma jovem de beleza única. Cabelos negros, rosto branco como neve, e boca vermelha como maçãs. No máximo vinte anos tinha a garota, e para ela estavam designados aqueles homens. Pois mesmo o maior rei do mundo sabe reconhecer seu verdadeiro tesouro.
E Princesa Clara era o maior tesouro do rei de Gührer.
***
E a batalha começou tão ensurdecedora quanto uma explosão nuclear [mesmo que naquela época ainda não soubessem como produzir uma]. Sangue jorrava de todos os lados. Sangue inocentes. Sangue culpados. Sangue humano. Comandando o exército vermelho ia o jovem, porém traiçoeiro, vingativo e impiedoso príncipe Narciso, que outrora fora prometido à Princesa Clara. Um homem de grande porte e belas feições, que podia facilmente seduzir a mais bela das mulheres.
Mas não a Princesa de Gührer.
Príncipe Narciso tinha um grande desafeto, e este era Heres: o ilegítimo, porém verdadeiro amor de Clara. Um soldado de baixo escalão do exército inimigo, mas que nem por isso deixava de ser nobre. Pois sua alma era mais rica e pura que a de muitos reis... Ou príncipes.
***
A comitiva que levava a princesa partiu silenciosamente, numa carruagem simples, que não chamava a atenção. Os cavalos brancos eram incrivelmente os últimos resquícios do sonho de "contos de fadas" que um dia a princesa teve.
Pois difícil é para os olhos que já viram a guerra se acostumarem novamente com o belo, porém apenas imaginário cor-de-rosa do mundo.
A carruagem fugiu bem a tempo de evitar a guerra, e agora corria por pastos verdes e campinas. Ao longe ainda se podia ver os roseirais, ainda intocados pela matança que logo chegaria. Mas a carruagem parou de repente. A Dama de Companhia da princesa então abriu a janela assustada, para ver o que havia acontecido, mas não conseguiu ver a espada que decepou sua cabeça de uma só vez, nem as que logo fariam o mesmo com a princesa assustada.
Em breve a continuação.
Por: Kaio Rodrigues

1 comentários:

Unknown disse...

Está ficando muito melhor \o/

http://retalhos-literarios.blogspot.com.br/

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